
Hoje estava me lembrando. Estávamos simplesmente passeando naquela rua. Era um dia bonito, de temperatura quente. De repente notamos os ônibus fazendo uma rota diferente e nos deparamos com uma cena que mais tarde me deu uma grande agonia. Tudo que se via pelo asfalto era um mar vermelho. Não, não era sangue. Era ração pra cachorro. e, no centro de tudo isso, um senho de idade, estirado no chão. Fora atropelado por uma moto que entregava gás. Ali estava ele, praticamente jazia ali, em frente a todos. Algumas pessoas chocadas, outras simplesmente curiosas. Não se sabia a identidade daquele senhor, ninguém o conhecia, não havia como comunicar qualquer parente. No momento, ali, eu estava um tanto insensível, afinal, a gente vê tanta coisa horrível no nosso dia a dia. Mas o que me derrubou depois foi pensar que nunca sabemos quando estamos no fim. Temos sempre a tendência de adiar esse pensamento, mas não nos damos conta que mesmo com idade avançada, seguimos fazendo o possível para adiar. Aquele pobre senhor apenas havia saído de casa porque queria alimentar seus cachorros, o bem estar deles custou a vida dele.
E, se no fim, estivermos sozinhos? Ou não tivermos a sensação de que realmente vivemos a vida? E se tivermos grandes arrependimentos? Frustração talvez seja o último vestígio de pensamento de pessoas nessa condição.
Eu me pergunto, mesmo agora, o que eu pergunto o que devo fazer pra chegar ao meu fim sentindo apenas paz mental e a certeza de que nada poderia ter sido diferente.
Há uma música do IRA, chamada Vida Passageira que retrata bem a realidade que nos rodeia e um dia seremos o amigo que deixa os demais...
Essa é a nossa realidade, não importa a esperança que se tenha pós-morte, o fim nunca é agradável!
E-X-C-E-L-E-N-T-E Post!!!
ResponderExcluirBeijos da amiga,
Isa