Ele estava ali, na sua frente, enquanto você ficava em seus devaneios, procurando cada detalhe no príncipe dos seus sonhos. Ele oferecia o seu ombro amigo quando você estava chorando por ter sido enganada por mais um cafajeste, mais um príncipe enrustido. Ele cuidou de você doente, ligou, mandou mensagem, fazia surpresas para você e nunca lhe deixava faltar nada. Acho que esse era o problema, ele era tão bom, que você nem reparou, afinal, tudo estava perfeito. Ele não tinha todos aqueles detalhes que você procurava, mas você esqueceu, princesa, que você também não morava em um reino encantado. Não se vê príncipes, em contos de fadas, trocando lâmpadas, chuveiros, trabalhando o dia inteiro, muitas vezes no trabalho pesado, para que a princesa tenha suas regalias e alegrias. E as coisas subjetivas, o carinho, a atenção, aqueles momentos em que ele estava ali, só escutando você. Ele era o cara que enquanto você passava horas se maquiando e vestindo, estava lá admirando você ao natural, desde o momento que você acordou. Era aquele amigo, talvez aquele que você tenha comentado com alguém que não queria nada para não correr o risco de "estragar a amizade". Passando o tempo, ele ainda lhe admirava mas resolveu que também chegara a hora dele, precisava de alguém que estivesse disposta a compartilhar momentos e não ter apenas os seu palco. Mesmo o homem mais forte, mais resistente, sucumbe ao tempo e um dia pára e pensa, pra quem estou sendo útil? Onde está minha família, meus filhos? E ele vai ter que agir. Neste momento minha amiga ou quem sabe antes ainda, dependendo de como você tratou ele, você perdeu o homem da sua vida.