A primeira alternativa é de ação imediata: sofrer ou não sofrer. A dor é inevitável, o sofrimento não. Vamos nos entregar a auto-piedade e ficar esperando nosso estoque de lágrimas secar, meses ou anos passar, até recomeçarmos a vida? Ou vamos seguir em frente, mesmo com a dor nos cutucando, cuidando do que sobrou a ser recuperado após a dor inicial? Também acho que sair por aí fingindo que nada aconteceu não é uma solução, por que fazer algo pra tentar "fugir" da dor não adianta. A pessoa precisa seguir a vida com objetivos concretos, que façam a diferença.
As outras duas opções já são um pouco mais tarde, depois da dor imediata: fechar-se ou tentar novamente (não necessariamente com a mesma pessoa). Vou falar um pouco sobre isso porque já tomei as duas decisões na minha vida e não foram poucas as vezes que fiquei em pedaços. Sou do tipo que quando quero, entro de cabeça e coração e quando saio, saio em farrapos.
Já me fechei uma vez, decidi que mesmo que eu entrasse em outra relação ela seria racional e não tão sentimental. E foi o que aconteceu, fui me adaptando e liberando as emoções só em níveis controlados e me envolvendo apenas em um nível em que eu pudesse, em caso de fracasso, sair inteiro. A princípio funciona mas é como segurar uma bombinha dentro da mão fechada. Tudo o que você não deixa sair acumula dentro de você e vai lhe deixando cada vez mais amargo e frio, rancoroso e desacreditado. Quando algo externo abre uma brecha acidentalmente nessa "armadura" tudo explode, você normalmente deixa sair tudo aquilo acumulado, você sai machucando pessoas que realmente gostam de você e em vez de retribuir o carinho você castiga e maltrata. Eu passei alguns anos nessa condição e, pra mim, não sei se foi o melhor a ser feito, dói ser chamado de frio e "extremamente racional", sendo que la dentro você ainda está em pedaços quando um relacionamento falha.
Também já decidi ir em frente, e estou nesse caminho atualmente. Você se machuca igual quando se apaixona, principalmente se você acabou se apaixonando por alguém "fechado". Você está do outro lado agora, e sabe o que esperar a princípio, mas ao menos está preparado para isso. Enquanto isso, o restante da vida não é amarga, você, como uma pessoa aberta e com fé de que as coisas podem dar certo faz o possível para dar certo. E ao mesmo tempo aproveita as coisas boas que a vida vai lhe oferecendo, vai construindo novamente seu "jardim" esperando o momento que o "casulo se rompa e apareça a borboleta". Se não acontecer, ao menos você ainda tem o perfume e a beleza das "flores" que plantou.
Lembrem-se que enquanto estamos respirando temos a chance de fazer mais por nós mesmos e pelos outros. Não adianta insistir no erro, não funciona julgar experiências por outras, não funciona fingir que não vê os defeitos de uma situação. Não adianta ter orgulho, mentir, negar. No futuro vamos nos arrepender de muita coisa que estamos fazendo no agora. Então, faça o melhor desde já, acredite, sonhe e busque o que realmente quer. Faça valer a pena. Não perca suas forças e não deposite-as em estruturas falsas. Crie um novo alicerce e edifique sobre ele. Seja equilibrado entre a razão e a emoção e nas horas certas deixe cada uma prevalecer no momento. Chore com seu travesseiro se tiver que chorar, mas lembre-se que sorrir é o que vai curar você, então esteja atento às coisas que lhe fazem sorrir. Com o tempo seu coração vai estar remendado e pronto pra enfrentar mais situações. O risco sempre existe mas a esperança deve ser mais forte porque quando dá certo, dizem que vale a pena ter passado por tudo.

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