A vida é tão frágil

Desculpem-me mas hoje estou pra baixo. Não tenho como criar um post alegre ou motivante em um dia como esses. O clima sombrio, os acontecimentos recentes, meu estado de saúde, nada colabora para que eu veja um arco-íris após a tempestade.
Acho que posso compartilhar com vocês, que vem até aqui ler o que escrevo, sobre o que me deixa assim, frágil, sem forças pra mim mesmo, quanto mais pra compartilhar com alguém.
Essa semana vi novamente minha mãe depois de um tempo, ela falou sobre sair pouco de casa, estar fazendo muitos exames, ainda estar sofrendo algumas consequências da dengue que sofreu há alguns meses, etc. Vi minha mãe frágil, diferente. Ela é minha heroína, a pessoa que mais amo nessa vida, e estava ali, com pouco brilho, diferente. Pensei então no meu pai, que há muuuito mais tempo não o vejo. Bem na real, já nas últimas vezes que o vi eu percebi o que o tempo faz com as pessoas que amamos. Só o tempo em si já nos desgasta, associado a hábitos ruins só gera um agravante. Hoje mais um funcionário aqui na empresa perdeu parte dos dedos em uma das máquinas, o segundo em uma fração de uns 4 meses. E ele estava bem quando passei por eles pela manhã quando vim abrir o escritório. É impossível pra mim, não imaginar quão frágil somos como humanos. De um momento para o outro tudo pode mudar nas nossas vidas. Pessoas que amo podem sumir sem aviso prévio, eu mesmo posso sumir daqui a pouco. Não é ser negativista ou pessimista, é uma dura realidade que normalmente só não queremos ver. Somos todos taças de cristal acima de uma mesa cuja toalha inevitavelmente já está escorregando.
Nesses dias, penso em cada pessoa preciosa, e para algumas, inevitavelmente falo o que sinto, para ter a certeza de que, se fosse um último momento, não teria arrependimentos por não ter feito isso. Não pelo egoísmo, mas porque acho que deveríamos fazer isso sempre, mas esquecemos ou não tiramos tempo para isso. Quando nos damos conta, já era, o tempo passou e nós também.

Álisson Alves

Alisson Alves é o autor do Blog Gente Incomum, escritor, blogueiro, e nas horas vagas curte jogos online, tocar violão e ler.

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