O Mundo do Cinza

Nunca antes eu tinha vivido em um período em que precisasse pensar muito no que fosse falar ou escrever. Atualmente todas as palavras podem receber significados diferentes. Se você elogia alguém podem achar que você tem algum interesse, se você chamar alguém de japonês não tem problema mas se chamar alguém de negro é racismo, se você não concorda com homossexualismo você é preconceituoso, e assim por diante. Acho que liberalismo e liberdade se confundiram demais, não há mais um certo e um errado na mentalidade geral. Você não pode ter gostos, se expressar espontaneamente, agir livremente porque sempre vai tropeçar em algo ou alguém. Mesmo o mais bem-intencionado humano pode ser taxado por aqueles que a tudo levam pelo lado pejorativo. Acorda gente, parem de misturar o preto e o branco, não tem graça viver no cinza. Dá pra comparar com a água também, não é gelada nem quente, é aquela coisa morna, desgostosa. Se as coisas dão errado pra mim e eu admito que estão dando errado eu sou pessimista. Se eu desejo que elas melhorem e gostaria de ter algumas coisas diferentes pra mim, sou egoísta. Se eu me irrito, sou imaturo, se eu finjo que nada está acontecendo sou insensível ou esnobe. Dá pra entender? Dá pra passar uma vida fazendo de tudo pelos outros mas, se em um dia precisar de uma coisa, aí o resto todo é esquecido para que eu seja taxado por este único dia. Admiro algumas pessoas pela sua constância no interesse. Não importa o que aconteça, a pessoa sempre está ali, da mesma forma. Não que ela não tenha estes dias diferentes os quais mencionei, mas ela continua na sua essência sendo a mesma pessoa sempre. Se ela fizer algo errado algum dia, por estar de cabeça quente, você não vai mudar seu conceito sobre ela, pois sabe que é um momento. Agora, me decepciona quando as pessoas se deixam levar por coisas superficiais, quando não tentam entender a fundo as situações. Pessoas assim fazem tudo ficar cinza. é mais fácil mudar conceitos, adaptar verdades e tentar agradar a todos do que ter caráter, vontade e personalidade própria. Acho que o que ainda salva esse mundo são as pessoas que sabem se impor, não tem medo de falar o que sentem, pensam, querem, sabendo manter o respeito com as demais e até onde vai sua liberdade.São essas que nos fazem saber o que é preto, o que é branco e qual a hora correta de encontrar o cinza. Melhor que isso, são essas pessoas que saem da monocromia e colorem o nosso dia a dia.

Álisson Alves

Alisson Alves é o autor do Blog Gente Incomum, escritor, blogueiro, e nas horas vagas curte jogos online, tocar violão e ler.

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