1º de Outubro de 2012, meio mundo no face comemorando o novo mês e desejando tudo de bom uns para os outros. Gente postando fotos de festas e comemorações de final de semana. Na minha janela, uma realidade diferente. Um senhor, com muletas e acompanhado por um cachorrinho estava analisando cuidadosamente cada um dos sacos de lixo que estão lá para ser recolhidos. Contrastante não acham? Não consigo imaginar que a vida de um ser humano assim tenha sido determinada por um Destino ou Força Maior. Não vou deixar o fato dele estar usando muletas desvirtuar minha mente utilizando isso como desculpa para ele estar sobrevivendo de lixo. Antigamente eu teria mais pena e quem sabe teria oferecido comida ou roupas, mas seria apenas um momento, no dia seguinte ou no mesmo dia estaria ele novamente revirando lixo. Ainda acho que a vida das pessoas depende muito de seu esforço e escolhas. Conheço muita gente com deficiências que batalham duro e têm vidas melhores que a minha. O que leva uma pessoa a se sujeitar a viver com tão pouco e sem dignidade? Que em vez de ficar vasculhando lixeiras estivesse pedindo por uma oportunidade de tomar um banho e vestir roupas "novas", que conseguisse alguma coisa pra fazer em troca de alguma renda que lhe proporcionasse uma alimentação digna. Provavelmente ele tem família, filhos, o que farão eles da vida? Estudarão, trabalharão ou catarão lixo?
Acho um cúmulo as diferenças sociais neste mundo mas me dói mais ainda o coração ver como as pessoas se sujeitam à miséria, largam mão de sua dignidade e estão dispostas a morrer como indigentes.
Se eu um dia perdesse as forças e vontade de viver, seria melhor que me colocassem uma bala na cabeça logo, porque não acho que estamos no mundo só pra ocupar espaço. Ou você vive, e determina pelo que quer viver ou você não é digno do ar que respira. Não quero ser desrespeitoso com a parcela pobre e miserável da população, eu mesmo já tive um tempo que não tinha nem pão para comer, tive que ganhar da minha vizinha, mas acho que nunca é tarde para lutar para ao menos ter dignidade.
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Autor
Álisson Alves nasceu Bagé, Rio Grande do Sul, tem 32 anos. É escritor, blogueiro, e nas horas vagas curte jogos online, tocar violão e ler.

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