Florianópolis
- 01 de Setembro de 2018 -
- Base Militar - Canasvieiras - 23:10-
Nem no dia do meu casamento podemos ter paz, que MERDA!
Tenho que escrever rápido pois estamos de saída... E, toda hora tenho que parar o que estou fazendo pra ajudar em outra coisa. Está uma zona aqui e uma correria.
O dia começou bem, fora montada uma tenda enorme em um lugar aberto e arejado para que iniciássemos os preparativos para o casamento. Como o Otávio não leva jeito para organizar festas, foi com o Jonatha ver se conseguiam acesso até o outro alojamento afim de verificar o outro grupo que fora encontrado no Norte da Ilha. Ficamos então eu, o Carlos, a Kelly e a Aline organizando o local. Enquanto isso a Renata e o Rogher foram até uma cozinha móvel cedida pelos militares para preparar o bolo e salgados da festa. O Cap. Ernani levou a Fernanda até um depósito da base onde haviam mantimentos e vestuários recolhidos durante as operações, para que ela pudesse encontrar um belo vestido e ele um terno decente para mim.
Até a metade da tarde estava tudo pronto e o Otávio e o Jonatha voltaram acompanhados por mais sete pessoas. Eram os membros do antigo grupo que haviam sobrevivido juntamente com mais dois estranhos.
Talita, uma moça nova, magrinha mas sorridente. Pâmela, morena, alta e de cabelos pretos cacheados. Christofer, alto e encorpado, pose de mala e que enxugou todas bebidas possíveis no casamento, Pablo, um cara um pouco mais velho que eu, mas muito engraçado. e Pedro, outro nerd mas que portava uma câmera fotográfica e se vestia estranho. Esses eram os membros que o Archie e sua turma procuravam originalmente no norte da ilha quando o encontramos. Com eles estavam Bruno, um rapaz cheio de energia (já chegou se prontificando a ajudar nos detalhes finais do local) e Altair, que estava com um violão e chegou perguntando se precisavam de um músico para o casamento.
Foi uma choradeira e alguns momentos de silêncio enquanto contavam uns aos outros o que haviam passado, como sobreviveram e como se acabara o abrigo ao sul e a perda dos amigos pelo caminho.
Nos restava agora usufruir ao menos mais um momento de alegria. Chamamos o restante do pessoal desconhecido que estava pelo alojamento para que todos pudessem usufruir da festa. Estávamos em umas cem pessoas por ali. Os alojamentos normalmente eram divididos em grupos de cem para melhor organização. Não houveram participações religiosas no casamento, apenas trocamos nossos votos, um beijo e partimos para a parte da comida e música. Não há tempo em dias como esses para cerimônias. A Fernanda estava linda, lógico, mas escolhera um vestido fabuloso. Era um tomara que caia justinho com um pouco de decoração no busto, cintura e barra do vestido. na cabeça uma tiara de tecido e um pequeno véu que ia até a metade das costas. Pela lateral do vestido haviam 2 linhas de tecido brilhante, decorado com flores de strass entre eles. Usava luvas brancas que iam até quase os cotovelos. Os dedos ficavam de fora, as luvas se prendiam às mãos apenas por um pequeno laço que ficava no dedo médio. Usava um sapatinho fechado, de salto, branquinho e delicado. Eu deveria ficar com pena dela por causa do frio da estação mas não conseguia pensar em mais nada além do quão linda ela estava. Eu, sem graça, usando um terno preto, camisa branca e gravata borboleta. Até que nada mal pra alguém cheio de marcas e cicatrizes...
Festejamos até as 9 da noite ate que fomos surpreendidos por uma sirene berrando muito alto. O som vinha da base em alto mar. Talvez tivesse algo à ver com a saída do Cap. em plena festa anteriormente e, logo confirmamos essa teoria. Ele chegou logo em seguida com um pelotão em 2 jipes e 2 Humvees americanos. Não era raro encontrar helicópteros, aviões e demais veículos de diversos países nesta base. Parece que recebiam apoio de outras nações ao tentar encontrar a cura para essa infestação.
Logo que chegaram, o Cap. Ernani chamou nosso grupo separado e disse: Estes dois veículos são para vocês darem o fora daqui! Me alcance seu braço, me disse, retirando a pulseira com veneno de meu pulso.
Enquanto falava conosco percebemos que o resto do seu pelotão usava um megafone e orientava os demais do alojamento para irem para a praia e entrassem nos barcos e balsas para que ficassem em segurança.
Não estávamos entendendo nada até que ele disse: eu vou com vocês com meus jipes e mais alguns soldados. Explico depois o que aconteceu, agora temos que sair daqui antes que eles cheguem! Você falou que tinham um abrigo ao qual abandonaram no Rio Vermelho e que desejavam passar lá novamente não é? Vamos começar por lá! O Carlos e o Otávio assumiram cada um a direção de um dos Humvees e logo atrás de nós vinha o Cap. com alguns de nós em um jipe e os soldados em outro. Lotamos os 4 veículos afinal, estamos em 20 pessoas. Enquanto terminam de carregar mantimentos nos veículos aproveitei para escrever, mas sempre preciso parar para ajudar. O plano é saírmos ainda antes da meia-noite e rumarmos para o Rio Vermelho por estradas abertas ou mapeadas pelos militares nas operações de solo. Era isso que faziam com a ajuda dos helicópteros eu suponho. Vejo muitas explosões na base agora à noite e ouço muitos tiros, gritos e a insuportável sirene. Por algumas vezes os soldados do pelotão circularam pelas redondezas com os jipes para orientar os demais a irem aos barcos.
Hora de partir, assim que possível receberei mais explicações e as documentarei, por agora vou confiar em nossa fuga.
Bela lua de mel...

Adoreeeei
ResponderExcluirPior de tudo que quero saber a continuação!!!
ResponderExcluirMuito bom, to na espera dos próximos, não só o Apocalypse zumbi como os outros textos tbm. Excelente blog amigo...
ResponderExcluirAlan aqui =)
MUito bom mano ja estava com saudades...hehehehe...
ResponderExcluirby.:Otavio