A estranheza no ser

Estou mais uma vez aqui desabafando sobre a vida. Em como eu mesmo me acho estranho pela forma que levo a vida. Eu passo o dia sorrindo, fazendo outros rir, fazendo carinho, brincando, trabalhando, ajudando... Faço tudo, tudo o que gostaria que alguém fizesse por mim... A noite chega a escuridão, os grilos, o vento, os barulhos distantes e estou sozinho. Nessa hora eu sou minha própria companhia. Mas minha companhia não me faz rir. Ela se desvencilha da fantasia que usou durante o dia e me olha na face. E nos meus olhos eu vejo as lágrimas, a tristeza, a raiva, a carência, a solidão e a frustração. E eu me abraço e choro. Gasto todo meu estoque de lágrimas para que não reste algo para o dia seguinte. Não posso borrar a maquiagem ou molhar a fantasia. Ninguém tem o dever ou direito de saber como ela e por dentro ou qual a minha identidade secreta. Ao menos é o que à noite eu e minha solidão pensamos. Porque quando as pessoas sabem como somos e quem somos elas podem nos ferir e elas vão!
A vida é instintivamente assim, cada um vai procurar o melhor pra si e não se deve esperar mais do que o normal de pessoas normais. Cada um cuida de si no final. E sempre vão correr pro lado que mais lhe beneficiar. Ao menos na maioria dos casos. Tanto que não sei mais nem pra que lado corri. Só sei que agora parei!
Quando a gente pára, a gente tem que recomeçar a andar, mas dependendo da velocidade com que correu, não restam muitas forças. E é como se você estivesse no meio do gelo ou no meio do deserto, tanto faz. A única certeza é que se continuar parado vai ser consumido. E  é assim que estou me sentindo. Sem forças e sucumbindo... Muitas pessoas começam com julgamentos achando que é saudades, ou falta de alguém, e eles acertam em um ponto: é saudades de quem eu era e a falta do melhor que posso ser...

Álisson Alves

Alisson Alves é o autor do Blog Gente Incomum, escritor, blogueiro, e nas horas vagas curte jogos online, tocar violão e ler.

Um comentário:

  1. Texto bacana; me identifiquei em alguns aspectos. Fim de ano então, vixe! Mas acho que sempre há uma luz, por mais desesperançosa que a situação seja rsrsrs. Abraço!

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