Algumas verdades sobre palhaços, escritores e músicos...




"Ouvi uma piada uma vez: Um homem vai ao médico, diz que está deprimido. Diz que a vida parece dura e cruel. Conta que se sente só num mundo ameaçador onde o que se anuncia é vago e incerto.
O médico diz: "O tratamento é simples. O grande palhaço Pagliacci está na cidade, assista ao espetáculo. Isso deve animá-lo."
O homem se desfaz em lágrimas. E diz: "Mas, doutor... Eu sou o Pagliacci."
Boa piada. Todo mundo ri. Rufam os tambores. Desce o pano. 

(Watchmen) - Alan Moore"

Palhaços... artistas na arte do riso e entretenimento. Famosos por suas comédias e na arte de animar as pessoas. Mas já pararam pra pensar porque eles pintam o rosto ou usam apetrechos na face? Nem sempre o que eles causam nos outros significa algo em sua própria vida. E olha, se ampliarmos o assunto para fora dos picadeiros e eventos, existem muitos palhaços sem cara pintada. São aqueles comediantes de stand-up do dia a dia. As pessoas com o talento de transformar a lágrima dos olhos dos outros em sorrisos. São os amigos, são os salvadores.
Uma verdade sobre eles é que são o tipo de pessoas que guardam todas as suas dores embaixo do travesseiro e saem pra socorrer quem mais precisa. Outra verdade é que raramente alguém ousa olhar embaixo de seus travesseiros pra saber o que realmente se passa.


Escritores? É, não é pra todos, mas já repararam que os textos mais bonitos e significativos são criados à partir de sentimentos? Ou é alguma história vivida pela pessoa ou por alguém próximo a ela. Sem contar a infinidade de escritores excêntricos deste mundo no decorrer do tempo. As palavras escritas muitas vezes são a forma encontrada por pessoas fechadas interiormente ou até mesmo reclusas fisicamente para expressar seus pensamentos e sentimentos. Uma vez me disseram, após olharem meu blog, que eu tinha uma tendência: escrevo quando estou triste. Analisando bem, é uma realidade. Quer dizer que hoje estou triste? Claro, assisti um filme triste pra caramba hoje, quer o quê? Álcool, sono e filmes tristes são coisas que erguem o meu travesseiro e de lá sempre escapam algumas coisas...

Músicos. Sim, aqueles artistas que produzem canções capazes de interferir totalmente no seu dia-a-dia seja de uma forma alegre ou triste. Uma verdade sobre a maioria dos músicos no Brasil (quem sabe no mundo, mas neste quesito não tenho conhecimento), é que apesar do seu talento e estudo (SIM, músicos estudam e muito, e ainda têm que desenvolver coordenação tanto física quanto mental para que as composições saiam agradáveis), são normalmente mal remunerados e não são muito respeitados (tirando as figurinhas carimbadas que conseguem chegar à mídia ao menos por um tempo). A maioria dos músicos que conheço tocam não pelo dinheiro mas pelo amor à música e pelo sentimento gostoso que dá ao ver uma platéia se empolgar e participar. Uma verdade sobre eles? Normalmente são pessoas de vida simples e muitas vezes difícil. É difícil VIVER de música, alguns conseguem mas não dá pra dizer que é a mais ostentosa das vidas. Tocar e cantar é um prazer, por isso muitas vezes se submetem a longas jornadas de trabalho extra pra poder bancar seu sustento. O que significa que normalmente passam muitas dificuldades. Então, quando for à algum barzinho e tiver música ao vivo, lembre-se que aquela pessoa que está ali, tocando e cantando as canções para animar você e o restante do público merece seu reconhecimento (mesmo sendo desafinado ou tocando mal) devido ao seu esforço.

É, talvez em vez de mencionar palhaços, escritores e músicos eu pudesse simplesmente dizer que ARTE é uma forma de sacrifício pessoal. É um talento eu prol dos outros, de um reconhecimento efêmero, e de pouco retorno. Mas, o que seria a vida de todos sem os artistas? Sem os loucos? Sem os divertidos? Seria uma condenação à vidas preto e branco, mudas, sem sorrisos, sem imaginação. Não sei o que é mais triste, ser artista ou viver em um mundo sem eles...


Álisson Alves

Alisson Alves é o autor do Blog Gente Incomum, escritor, blogueiro, e nas horas vagas curte jogos online, tocar violão e ler.

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