TROUXA?


     Conviver em uma sociedade imediatista às vezes é um saco. Rótulos surgem de todos os lados e a todo momento. Infelizmente atualmente estamos assim...
     Faz tempo que não escrevo nada no blog e decidi mudar isso hoje. Parei para refletir um pouco e comecei a pensar em quantas vezes sou chamado de trouxa (às vezes eu mesmo me chamo assim), mas será que estou errado em ser assim?
     Atualmente as pessoas são tão solitárias e carentes, junto com a atitude imediatista eu vejo surgir cada confusão. As pessoas nem sequer sabem o nome uma das outras e já estão trocando beijos e amassos. Aí acontece, às vezes, de se apegarem. Dia seguinte estão postando "Em relacionamento sério" nas redes sociais. Uma semana depois "Solteiro(a)". Acho que isso sim seria uma tradução de "trouxa" afinal, apostaram contra a sorte por decidir se envolver com uma pessoa completamente desconhecida. 
     Eu fico pensando se não nasci na época errada, mas o que está errado não é a época, é a mentalidade atual das pessoas, que pra não se sentirem sós, aceitam qualquer coisa, normalmente se agradar aos olhos.
    Eu ainda penso que antes de qualquer coisa deve-se estar bem consigo mesmo, depois conhecer alguém que lhe faça bem apesar de ter defeitos. É encarar a realidade das coisas. Saber se consegue conviver com alguém sem que os dois percam sua própria identidade pessoal. O mínimo que se pode esperar de um casal de sucesso é que antes de tudo sejam ótimos amigos, cúmplices e companheiros. A conquista, o apego, o desenvolver dos sentimentos mais fortes vem com o tempo. Não adianta querer apressar tudo por medo de que a pessoa vá sumir ou se aconchegar em outros braços. Se ela fizer isso, ela não queria você. Como eu já disse: realidade. Pode ser que no meio do caminho apareçam as coisas tradicionais como medo de estragar amizade (mesmo querendo mesmo ficar com a outra pessoa), desentendimentos ou até mesmo um sentimento maior mas unilateral, não correspondido. Mas a vida continua, enquanto se está respirando ainda há tempo, ou para enfrentar os problemas tradicionais ou para mudar o foco e recomeçar à partir do amor próprio, sem mágoas, sem estragar a amizade de outrora.
     Ser trouxa é querer forçar algo, apressar, agir sem conhecimento. É faltar com o respeito, é não demonstrar cavalheirismo e altruísmo. É achar que o seu sentimento é mais importante do que os do outro. Cada um tem seu próprio tempo para sentir, decidir, agir.
     Então não, não sou trouxa, só aprendi que cada um aceita o que julga merecer. E, quando se quer muito algo, o tempo para se conseguir é irrelevante. Nesse meio tempo, faço o meu melhor. Prefiro estar bem acompanhado do que apenas acompanhado.
     Numa sociedade trouxa que ama rotular os outros, acho que o inteligente sou eu.


Álisson Alves

Alisson Alves é o autor do Blog Gente Incomum, escritor, blogueiro, e nas horas vagas curte jogos online, tocar violão e ler.

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